sábado, 27 de fevereiro de 2010
arte
O que é arte de Jorge Coli Ao comentar sobre a hierarquia dos objetos Jorge Coli afirma que um objeto não é mais arte que outros, por ter sido levado a consideração de algum crítico que segundo seus critérios de julgamento não atingiram um nível elevado suficientemente para ser considerado uma obra de arte. Comenta acerca de um carpinteiro que pode apreciar ou criticar a qualidade um móvel baseado no conhecimento concreto que se tem sobre como é fabricado um bom mobiliário, as chances de acerto são praticamente garantidas; já com o crítico é bem mais complexa essa questão, pois não dispõe do recurso da objetividade. Aponta que é importante conhecer o estilo de um autor para reconhecer com facilidade sua produção. Apesar de quase todo o artista manter um mesmo estilo durante toda a vida, ele transforma suas constantes estilísticas com o passar do tempo.Ao falar de estilos, na maioria das vezes é atribuído um valor excessivo a essa palavra, fato que faz as pessoas rotularem tanto o autor, quanto a obra essa é uma atitude que pode confortar, mas dado à complexidade da natureza artística ela pode não ser suficiente, pois se reduz a uma definição formal e lógica.Cita que há uma distinção entre o crítico e o historiador. Sendo que o crítico é quem analisa as obras e sua função é seletiva. É como se fosse o juiz que valoriza ou desvaloriza o objeto artístico, utilizando-se da história das diferentes produções artísticas para a elaboração de seus critérios. Por sua vez, o historiador da arte procura em princípio evitar os julgamentos de valor, não conseguindo por vezes deixar inteiramente os critérios seletivos, pois o conjunto de objetos que estuda supõe uma escolha. Apresenta várias figuras à exemplo de A Sagrada Família de Michelangelo Buonarroti e A Sagrada Família de Pieter Paul Rubens, que servem de material de apoio para a facilitar suas explicações como os vários planos utilizados por um ou por outro autor. Trata também sobre o evolucionismo autônomo das formas e comenta sobre Focilon (1934) e seu livro intitulado A Vida das Formas. A vitalidade e conservação da arte ligam-se a fatores que a ultrapassam. Ela apesar de desempenhar um novo papel, exterior e superficial não pode reduzir-se a apenas a esses fatos, pois eles dissimulam ou caricaturam seu papel de instrumento de prazer cultural de riqueza inesgotável. A comunicação do objeto artístico conosco se faz através da emoção, do espanto, da intuição, das associações, das evocações, das seduções. Uma obra pode ser descrita, desenvolvidas análises, assinalados um ou outro problema, podem ser propostas relações e comparações, mas isso tudo são modos de aproximação do objeto artístico e praticamente impossível esgotá-lo. O objeto artístico não pertence ao campo do racional. “O sono da razão produz monstros, e a vida interior do homem é um universo onde se acumulam o estranho, o inesperado, o insuspeitado, o confuso, o * inextricável: universo imenso da vida inconsciente.” Goya* inextricável: Obscuro, confuso, enredado.Às vezes, num primeiro momento, a arte pode nos parecer obediente e mensageira, mas logo percebemos que ela é, sobretudo portadora de sinais, de marcas deixadas pelo não-racional coletivo, social, histórico. Pág. 109.Livro: O QUE É ARTE Autor: Jorge Coli
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